Culpada!
Acima
de tudo, julgo-te culpada.
Acima
de todos, eu não te absolvo...
E
por esse motivo eu te condeno.
Condeno-te
sem direito à apelação,
Julgo-te
culpada por tudo que és...
Culpada
por ser
E
culpada por não pedir desculpa por quem és,
Culpada
por roubar corações pra si
E
culpada por amar a todos de forma incondicional.
Julgo-te
culpada pela luz que irradias
E
condeno-te, ainda, ao sacrifício de ser amada
Julgo-te
culpada por me deixar julgar sozinho
Como
juiz, júri e acusador
Encarcerando-me
a impor tua sentença
E,
sobretudo, deixando-me julgar-te culpada
Culpada!
Mais
uma vez eu digo: Culpada!
Mas,
nem em tudo posso condenar-te,
Pois,
em parte sou culpado
E
minha sentença é proferir tal veredicto ilegal
Ainda
que entorpecido pela utopia de teus contrastes.
Condeno-te
ao desafio de ser a si mesma;
Sentencio-te
a ser reconhecida pela docilidade de tuas cores
Culpada!
Sempre culpada
Culpada
por raptar corações pra si
E
culpada por ter o teu reinado estabelecido.
Outra
vez eu digo: culpada!
Culpada
por tua ausência de maldade…
E
por tua benignidade, te condeno à salvação.
Te
acuso e condeno,
Porque
és inesquecível,
Porque
és impressionante…
Na
verdade, imprescindível.
Outra
vez eu digo: culpada…
Por
meu pleno devaneio e porque me fazes bem
Só
espero que me anisties
Por
tão severa atitude,
Que
sem direito a apelação,
Te
condena à plenitude.
Culpada!
Pela
última vez repito: culpada!
(Tema dedicado à doce Júlia Leite Fernandes de
Carvalho… Nunca pensei que uma loira alta de tão uniforme e impar beleza fosse
capaz de estremecer a um mundo. Esse trovão de cores e contrastes residente na
mais limpa das almas já vistas pelos homens prova que, por pleno devaneio, caí
aplacado pela mais singela das verdades: “quem encontra um amigo, encontra um
tesouro”.)
Gustavo HG Costa.