sexta-feira, 28 de junho de 2013

SOBRE A DOR E A ESPERANÇA

A gente coloca uma couraça no peito.
Põe cadeado no coração
E se tranca,
Esconde as chaves…
Ainda assim, não estamos seguros.

Por mais distante que o inimigo esteja,
O que mais queima é fogo amigo.
Destrói por fora,
Corrói por dentro…
Dilacera a alma, mesmo sem querer.

Para onde ir?
O que fazer?
Não há resposta.

A gente esbarra no destino
E esse, sim, é implacável.
Não derrama sangue…
Derrama lágrimas
E nos faz sentir culpa por tudo que não foi.

A nostalgia nos enfraquece,
Faz os escudos falharem.
Propositalmente;
Sim, por querer;
Procuramos sentir dor, ou qualquer coisa real.

Para onde ir?
O que fazer?
Não há resposta.

A gente vive procurando paz
E arma uma guerra para isso.
O sentido?
É pessoal,
Mas fere tudo que se diz interpessoal.

Já não faz sentido guardar o peito,
Até que o tempo passa.
E, no local sem esperança,
Há um novo alguém...
Será?

Gustavo HG Costa.

terça-feira, 25 de junho de 2013

quinta-feira, 20 de junho de 2013

FIM DA LINHA (POLÍGRAFO BÉLICO)

Para mim, chega.
Estou cansado,
Não sou otário,
Nem sei porque me vês assim.

Estou farto das desculpas.
Repudio tua burrice.
Tenho asco de tua voz,
Que é tão vermelha.

Tenho versos,
Inversos do que dizem que é amor.
De ti, só guardo desapresso.

Só me lembro
E desprezo,
Menosprezo o que tu és.

Já foste tão maior.
Hoje não passa de militante
E vive na prisão
De teu sonho adolescente.

Crescer não é teu forte,
Negra alma moribunda.
Angústia é dia-a-dia
De teu vazio intelecto.

Regozijo tua distância,
Vá pra onde…
Fui pra longe.

Sublimo-te,
Pobre onírico ser,
Não mais vales minha atenção.

Ouvi a sabedoria
E não mais lamento o viver sem ti.
Dou as chaves ao tempo,
Ele se encarregará de te encerrar em mim.


(Certa feita, ouvi que "não existe protocolo para quebrar um coração". Concordo plenamente com esse pensamento. Provavelmente, esse seja o mais sincero de meus posts aqui no Dilema... Com certeza porque esses versos ainda sangram ao sair de minha boca. Tem destinatário certo, mas isso, cabe a quem pertence essa mensagem descobrir, ou não. Encerro aqui.)

Gustavo HG Costa.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

RÉQUIEM

Lágrimas no rosto,
Angústia,
Nó na garganta.
Predominante,
Mordaz,
O anúncio que dilacera o coração.

Ferimento para morte,
Traições,
Dores na alma.
Derrotas
Tira-teima.
Coração partido

Erros propositais
Pesam,
Quebram a confiança,
Denigrem.
Embaraçam,
Deduram a farsa.

Adorne o finado.
Ama-o,
Agora se foi.
Vibra!
Alegra-te,
Mas, em silêncio.

Chegou o fim.

Lucas do Sobral e Mattos.

sábado, 8 de junho de 2013

FIGHT BACK (QUASE BIOGRAFIA)

Quando tudo parece calmo demais. É aí que a vida nos dá solavancos que, por vezes nos faz pensar que não há como resistir. Como se a quietude fosse o prelúdio de uma nova batalha, o princípio da mais árdua guerra que já enfrentamos (até que venha a próxima).

E é nesse momento que deixamos tudo que está em nossas mãos se despedaçar e as circunstâncias nos derrubam, como se fossemos feitos de papel ou vidro. A maré aumenta e tenta nos afogar e as forças parecem se esvair até que a alma fique vazia.

Nesse momento, tudo o que já passamos parece menor… As dores, as derrotas, vitórias e curas somem de nossa mente. As certezas são destruídas e a confiança dá sinais de que está a ruir. Os obstáculos se tornam mais difíceis, as barreiras parecem muralhas intransponíveis e, então percebemos que estamos perecendo lentamente, torturados de maneira eficaz até que tudo que nos reste seja medo, incerteza e a vasta escuridão mental.

Mas é também nesse momento onde temos que tomar uma difícil decisão. Quando a vida nos derruba, o mar tenta nos afogar e cada fôlego parece o último que seremos capazes de tomar; nós podemos desistir e aceitar a falência ou nós podemos ajuntar os cacos de nós mesmos, nos levantar e lutar.

Na maioria das vezes, o que nos separa do objetivo é aceitarmos o fracasso e nos conformarmos com isso. Mas, do pouco que sei sobre a arte do bem viver, posso dizer que sempre que alcançamos o objetivo não o fazemos porque foi fácil, mas, conseguimos porque nos recusamos totalmente a desistir.

Aprendi, com um jovem sábio, que existem dois tipos de pessoas no mundo: Os ousados e o resto. Creio que o que difere esses grupos é que somente os ousados alcançam a vitória. E o resto? Bem, esses são os tolos que se recusaram a viver o melhor porque precisariam de se doar e comprometer em alcançar seu objetivo.

Nada nessa vida vem facilmente. Não existe almoço grátis (dizem os economistas), alguém tem que pagar por aquilo. “Se você quer algo você tem que levantar, ir lá e pegar”, lutar pelo que você tanto deseja. Ouse em se doar mais. Acredite que você pode e brigue, use todas as tuas armas e seja maior que as muralhas.

Não pare e não se desculpe por fazer algo pelo teu futuro… Não importa de onde você veio, ou o quão terríveis foram as tuas experiências. Se o passado/presente não são o que você quis, é você quem tem que levantar e "dar vida a teus sonhos". Alcance a grandeza que você tanto quer… Se tudo parece ruim, faça melhorar e no final de tudo você poderá dizer: Eu vim. Eu venci.

(Por vezes, o que escrevo lembra mais o meu ofício com o violão, banda e voz do que o que exerço com caneta e papel. Mas, de qualquer forma, essas são as palavras para hoje e falam tanto de mim que chega a ser quase biográfico)

Gustavo HG Costa.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

ERRANTE

Andei perdido.
Solto pelos cantos,
Sem saber por onde ir
E sem lembrar de onde vim.

Sorriso por fora,
Destroços na alma.
Ruína.

Fui solidão.
Ninguém viu.
Tive odor de morte,
Mas, quem se importa?

Sem destino,
Sem origem.
Vivi errante.

Sorumbático,
Vaguei por esquinas.
Identifiquei-me à sarjeta,
Sofri.

Até que,
sem querer…
Te encontrei

Lucas do Sobral e Mattos.