sábado, 23 de fevereiro de 2013

UMA SIMPLES MENINA


Vê na esquina aquela menina?
Empurrando o tempo em direções sem sentido
Se contorcendo em pensamentos com parafina.

Com pouco a revelar busca em tudo significado
Olhar penetrante que domina e hipnotiza
Destrói âmbar em busca do cerne, agora desprotegido.

Sem intenção em suas ações
Se forma em outro o desejo da eternidade
Tolo e inocente sentimento de campeão
Agora é simples camponês desavisado.

Em mar de bermudas em alguns se perdeu
Mesmo com o suave toque puro do insumo
Surge em mente o contrato como restritiva ação
Removendo puro insumo de alcance estimado.

Abrace a causa que acredita
O pensamento ganha atrito
Abrace não por ser o que consegue agarrar
Abrace por ser o que sente que precisa.


Ricardo P Magalhães.

Baseado em Caetano, pelo menos o Gustavo vai entender.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

AOS HERÓIS QUE CHAMO: AMIGOS


Em tudo, me lembro das palavras do pós-infante que tentava exprimir sua visão de mundo:
"Deus poderia ter me dado, por pena, vários e vários bons professores, letrados e distantes. Mas, Ele foi muito além: cercou-me de verdadeiros amigos, heróis que me suportam em fases difíceis, sorriem minhas alegrias, consolam na tristeza e ensinam com a própria vida. (...) Deus poderia ter, sim, dado a mim distantes mestres, mas ele preferiu me dar verdadeiros amigos para todo tempo."

Talvez por causa do fim de um estágio, as palavras estejam mais dispersas em minha mente, ou talvez seja o misto dos sentidos latentes dentro de mim que queira expressar em breve crônica alguma gratidão àqueles que merecem.

Nessa vida, tenho visto de tudo. Grandes personagens que chegaram desde cedo se tornarem cada vez mais eternos à convivência; vi pessoas que se juravam eterna companhia simplesmente virarem as costas e sumir. Presenciei a chegada tímida de gente que, atualmente, não sei mesmo como viver sem. Vi a partida daquele que fez o pôr do sol parecer o último de minha vida… E depois, a chegada daqueles que me mostraram que o sol nasceria outra vez e que é minha função o deixar brilhar mais forte, alumiar minh’ alma, expurgar a tristeza, coroar a alegria.

Sou, em toda forma, grato por ter encontrado um feixe de pessoas certas que apareceram por aqui, no meio da estrada. Pessoas que posso chamar de amigos. Que se importam com cada parte do que eu sou, seja quando escrevo, falo, estudo, trabalho, canto, toco o violão de sempre, converso, dou as risadas absurdamente altas, as crises de riso…  e claro, aquelas horas chatas quando eu tenho que falar algo que nem sempre gostamos de ouvir.

Se há poucos anos, eu apreciei à virtude de D’us por ter me dado amigos para me ensinar tudo o que sei… hoje, minha gratidão se consolida ainda mais no fato de Ele mesmo, esse D’us perfeito,  ter me dado a honra de ser diretor desses sujeitos dignos dos melhores predicados.
Se, nesse blog, nunca dou endereços ao certo, dessa vez eu digo: Àqueles músicos que me proporcionam a trabalhar até chegar à melhor versão de mim mesmo, afim de que possamos permanecer crescendo juntos – É uma honra trabalhar com vocês.

Para nós, nada de Adeus. Nos basta um simples até logo e uma prece que o tempo passe rápido.

(Pequena Crônica sobre os Heróis que estiveram comigo por aqui, por ali, no memorável Pompeia Radical Acústico 2013: Escrevendo a História. D’us vos crie e vos defenda!).

Gustavo HG Costa.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

DOIS MILAGRES


Vez em quando o mundo se perde
Vive perambulando,
Solto em meio ao desprezo,
Caminha insensato
E se arrisca à guerra interior.

Quando o caos se instaura,
O Autor da história – por pura graça –
Decide fazer dois milagres,
Sim, dois ao mesmo tempo –
Não por ambição,
Mas por misericórdia dos aqui viventes.

Um milagre é a capacidade de amar,
Se importar com quem nos cerca
E, em seu sentido mais único,
Nos prova que o amor ainda pode domar os corações.

O outro milagre nos é escudo,
A defesa contra as intempéries,
Um esconderijo divino nas dificuldades,
Um abrigo seguro para celebrar alegrias.

Vez em quando o mundo perde o fôlego
E o sábio Criador nos vê,
Se atreve a nos salvar…
Nos manda dois milagres,
Que se misturam entre nós
E nos provam que ainda há motivos pra continuar.

(Tema escrito ao lembrar o que, de fato, as gêmeas Alana e Alexsandra Elian representam para mim...

Uns falariam da forma meiga que a Alana tem de agir, falaria do seu romantismo quase
bucólico, de sua paixão e foco nos objetivos. Esses mesmos, lembrariam da graça incontida da Alexsandra, seu modo de lidar com tudo e de agarrar as situações pelos “chifres” com claro intuito de resolver.

Sobre as duas, simultaneamente? Bem, qualquer ser que respira diria da amizade que elas nos proporcionam… um companheirismo que nem a distância é capaz de apagar, nem o tempo pode acobertar ou, sequer, esfriar. Todos os viventes congruem na certeza de que existe amizade verdadeira e que isso é visto claramente na vida dessas gêmeas que estremecem barreiras.

Ao longo dos anos, percebo as duas como algo além do que tudo que fora supracitado. São, de fato, dois milagres enviados por D’us afim de nos ensinar sobre o que é genuíno no que tange ao amar ao próximo e defender aos que nós amamos. É totalmente cabível que se chamem Alana e Alexandra, afinal, a transliteração mais clara nos é dada como Amável (vindo do Francês) e Escudo de proteção (Vindo do grego), respectivamente.

Meninas, embora a simplicidade de meu vocabulário nunca consiga expressar o quão grande é o favor de D’us por colocar vocês em minha vida, quero agradecer a vocês por cada conversa, cada conselho, pela confiança depositada e a paciência exercida ao longo desses anos. Parabéns pelo aniversário. Vida longa e, faço minhas a palavras do sábio irlandês que disse: “É no abrigo uns dos outros que os amigos vivem”… e foi no abrigo dessa amizade que nos proporcionamos o crescimento.

Forte abraço)

Gustavo HG Costa.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

FÔNICO OU DISFÔNICO


Meu grito político não clama pela liberdade.
O que eu acredito não passa de uma má vontade.
Reduzo o orgulho e me lembro sobre as vaidades,
As calamidades e as realidades das idades.

Eu vivo lidando com tipos estranhos caretas
E me apaixonando por gente sempre imperfeita.
Eu beiro o desentendimento das verdades tão mal feitas.
De pessoas direitas, à espreita e crendo em toda ceita.

Fônico ou disfônico, sempre vou gritar.
Que essa tirania me afoga nesse mar
Feito de ilusões e hipocrisias
Calmaria ao ver sangue jorrar.

Eu gosto de sexo no meio de uma multidão
E do retrocesso de não saber teu nome não.
Sou tão orgulhoso, vaidoso sei que sou o tal,
Inescrupuloso, só eu reino em minha tradição.

Lucas do Sobral e Mattos
Gustavo HG Costa.