E, no final, o desencanto:
O pavor nas mentes que se desencontram,
A dor dos corpos perdidos em meio às alamedas.
A privação que provocou, em nós, tormento,
Fez o lamento dos lábios que não se encontram
Parecer veneno que corrói por dentro.
“O peito extravasado, o mel correndo”...
Tudo isso que transforma o dia a dia em sofrimento;
Que retira o fôlego, mas não mata logo...
A espera que não se consuma em desgraça,
Que nos torna sem pátria, sem lar...
E sem alguém pra quem voltar;
Trai as almas, que pranteiam sorumbáticas,
Engana e desengana os pobres corações
Ébrios da amargura de não poder amar.
E, no final, o desencanto:
Ávido, corta pele e ossos.
Devastam o que sobrou da mente.
Derrota entes, antes vencedores,
Faz o tolo desbravador de carícias
Perder o tato daquela lhe fora desejo.
Vem como espada afiada, fura o lado,
Pra fazer sangrar angústias de nós,
Podres miseráveis, pó do nada nobre.
Flagela até que se esgote toda lava carmesim,
Até que as córneas putrefatas se desfaçam
E não mais possam enxergar o que há de vir.
Traz, então, a dor da demência moral
(Que alguns chamam de esperança),
Forja armadilhas de paixão e nos encanta...
E, no final, o desencanto...
Gustavo HG Costa
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