quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

CRESCEMOS. POR ISSO, MUDAMOS.

... E não o contrário.
À medida que os dias passam, vejo tanta gente dizendo o contrário que, por vezes, quase me esqueço de que algumas coisas tem ordem certa para acontecer. Vejo escritores, filósofos, cientistas e pensadores livres que vivem numa guerra intelectual (ou fingindo uma). De um lado, os considerados “xiitas do conservadorismo”, que emitem uma opinião e nunca mais se abrem para ouvir questionamentos que os contrarie. Do outro, estão as “metamorfoses ambulantes” (se me permitem usar o termo de Raul Seixas).
Na verdade, essa bagunça toda tem me levado a escrever mais e publicar menos. Encher meus cadernos e HD dos computadores e não compartilhar, por preguiça de responder aos rótulos. No entanto, hoje eu passeava pelo mural do Facebook quando li um ‘post’ e um comentário que me chamaram atenção:
Muitos de meus alunos, durante os anos (...), pararam no que ensinei naqueles anos, eu não! A revelação é progressiva! A iluminação da palavra também! Não conheço tudo e nem nunca conhecerei até Jesus voltar! Não pare no tempo! Se você não tem vergonha do que ensinava e cria há um ano atrás, VOCÊ PAROU! (...) Estamos sempre crescendo em Deus! Assim como amadurecemos na vida e temos vergonha de coisas que falamos na ou fizemos na adolescência! (Arthur Netto).
Esse pensamento que o Arthur colocou em seu mural, chega a ser um atrevimento que todo professor deveria cometer: Se recusar a estacionar. E, fazer isso de maneira sábia, realmente, é para poucos. Por isso, humildemente, peço àqueles que leem este texto gravem bem essas palavras que eu citei, pois nelas reside uma ordem de fatos.
Nós crescemos. Por isso, mudamos.
Os “xiitas do conservadorismo” terminam se equivocando por pararem no tempo. Se há uma coisa que nenhum ser humano suporta é gente dona da verdade. Isso porque o querer crescer é uma necessidade do ser humano. A auto-realização de ontem nunca é suficiente hoje... É incrível... Nós estamos sempre atrás do próximo nível, do próximo aprendizado, da próxima vitória. Quando vem alguém, falando que já exauriu todo conhecimento em algo e, por isso, ele já sabe tudo sobre aquilo, acabamos totalmente contrariados e, por isso, resistimos a esse tipo de gente.
Contudo, ao investigar as “metamorfoses ambulantes”, não encontramos razão no que fazem. Afinal, há como acreditar numa pessoa que muda de opinião de cinco em cinco minutos? Como estabelecer uma conversa com alguém que fica se contradizendo por não saber qual é a melhor opção para si mesmo? E pedir um conselho?... Piorou.
Um extremo decide nunca mudar e, por isso, acaba se proibindo de crescer, pois, aprende uma nova lição, vê que o ensino é válido, mas não muda... Fica empacado no mesmo lugar (talvez, por comodismo). Outro extremo muda o tempo todo antes de aprender qualquer lição. Agarra-se a todo vento de doutrina, toda moda, toda opinião (talvez, por covardia) e, assim, sempre quer viver os fins antes dos meios.
Quem ensina alguma coisa, ensina do que viveu, do que viu e provou. A consequência disso é um novo comportamento/crença sobre algo. Nós, humanos, crescemos. Por isso mudamos. Aprendemos de mestres que também são humanos, também estão em fase de crescimento...
Eu tenho uma máxima pessoal que diz: ‘Se você acredita em tudo igualzinho ao que o teu professor te ensinou; você não é um aluno, é um gravador’. É óbvio que somos afetados pelo meio. É claro que absorvemos da fé alheia porque vemos os bons frutos. Todavia, num ambiente onde duas pessoas creem de modo exatamente igual, há alguém se anulando em detrimento do outro, ou, no mínimo, há alguém sem ousadia suficiente para defender sua própria ideia.
Ouvir o ensino daqueles que são mais experientes é muito importante, evita muitos erros, mas, falando de modo bem popular, é necessário que cada pessoa dê passos com suas próprias pernas. Esse é o caminho do crescimento. Viver as próprias experiências e parar de seguir contando somente o que terceiros vivem.
Geraldo Vandré, compositor Brasileiro, escreveu versos mui verdadeiros em sua composição “Pra não das flores”. Realmente é “Caminhando, e cantando, e seguindo a canção...” que o conhecimento consolida para que, ao ver as ‘lutas’, possamos “fazer a hora” ao invés de ficar esperando alguém fazer por nós. Só quem trilha o caminho, conhece as curvas que existem. A experiência nos marca e molda até que chegue o momento que percebemos que tudo em nós já está diferente: Estamos mudados, porque crescemos.



– Gustavo HG Costa

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